UM LIVRO SOBRE O NOVO, O VELHO E O TRANSITÓRIO
"Vivemos tempos líquidos. Nada é para durar"
A frase acima
é de Zygmunt Bauman, sociólogo nascido na Polônia em 1925, presenciou a Segunda
Guerra Mundial, foi militante na instauração do Socialismo em seu país e viu o
regime chegar ao fim; é um dos pensadores contemporâneos que mais têm produzido
obras que refletem sobre os “tempos modernos” e escreveu o singular
“Modernidade Líquida”. O livro, publicado em 2001, se dedica a seguinte
questão:
O que se deve
fazer com os velhos conceitos? Devemos reformulá-los na tentativa de
encaixá-los na segunda modernidade? Ou devemos enterrá-los de vez?
Bauman descreve e analisa as mudanças ocorridas com a
chegada desse novo tempo de constantes transformações sociais, tempo este que batiza
de modernidade líquida. O termo procura figurar a fluidez tão característica do
que apelidamos, segundo ele, erroneamente, de pós-modernidade. Essa fluidez
metaforiza o estágio presente da era moderna, esse estágio onde o tempo e o
espaço deixam de ser concretos e absolutos para serem líquidos e relativos. O
livro é dividido em cinco capítulos (Emancipação, Individualidade, Tempo/Espaço,
Trabalho, Comunidade), cada um deles dedicado a um importante tópico dentro
dessas mudanças com subtítulos apresentando discussões mais específicas.
O conceito de modernidade líquida é
compreendido em sua totalidade e além de apresentar sua visão sobre os
fenômenos sociais, Bauman utiliza uma gama de referências de grandes nomes, de diversos
campos epistemológicos, como: Foucalt, Marx, Durkheim, Aristóteles, Orwell,
entre outros. O texto não tenta
convencer o leitor de seu ponto de vista, as referências expõem diversas
hipóteses e opiniões, dando espaço para uma reflexão do próprio leitor. Uma
nova revisão do livro a fim de possíveis melhoramentos é inclusive sugerida
pelo autor.
Tratando
de um assunto relevante e muito próximo a nós, a obra é importante para formar
um pensamento crítico e menos alienado a respeito da modernidade. O livro
inicia-se com uma rápida contextualização histórica a respeito do período
anterior a essa modernidade líquida, assim, é possível enxergar uma linha do
tempo e, a partir das diversas teorias, tirar suas próprias conclusões sobre o presente e o
futuro da sociedade. Sem direcionamento de público muito específico, é indicado
a interessados não só na vida política e social, bem como, em uma importante abordagem a
respeito da modernidade que nos cerca.
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